Idosos ou Jovens: Quem se acidenta mais no trabalho?

Tiago Maciel
Tiago Maciel
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Tempo de leitura de 4 minutos

No mundo do trabalho, a segurança é uma preocupação essencial, e entender quem está mais suscetível a acidentes pode ajudar empresas a adotarem medidas preventivas mais eficazes. Dois grupos que frequentemente levantam essa questão são os jovens trabalhadores e os trabalhadores mais velhos. Afinal, quem se acidenta mais e por quê? A resposta pode ser mais complexa do que parece.

Jovens: Alta Frequência de Acidentes

Estudos mostram que trabalhadores mais jovens, especialmente na faixa dos 18 aos 24 anos, são os que mais se acidentam. Isso acontece principalmente por:

  • Falta de experiência: Muitos jovens estão iniciando suas carreiras e, muitas vezes, não têm treinamento adequado para as funções que desempenham.
  • Menor percepção de risco: A confiança ou até a imprudência típica da juventude pode levá-los a subestimar perigos no ambiente de trabalho.
  • Ocupações de maior risco: Jovens costumam ocupar postos que envolvem atividades físicas intensas, como na construção civil, indústria ou transporte, setores que apresentam maior incidência de acidentes.

Dados da International Labour Organization (ILO) indicam que os jovens têm 40% mais chances de se acidentar em comparação com trabalhadores mais experientes. Um estudo do Ministério da Previdência Social, por exemplo, revelou que a faixa etária de 25 a 29 anos é a que mais registra acidentes de trabalho no Brasil.

Idosos: Menos Acidentes, Mas Mais Graves

Por outro lado, trabalhadores mais velhos tendem a se envolver em menos acidentes, mas quando isso ocorre, as lesões são mais graves. Algumas das razões para isso incluem:

  •  Menor agilidade física: O envelhecimento natural do corpo pode reduzir os reflexos e a capacidade de evitar perigos imediatos.
  •  Condições preexistentes de saúde: Lesões que podem ser leves para uma pessoa mais jovem podem se agravar em um trabalhador mais idoso, levando a períodos de recuperação mais longos.
  •  Maior cautela: A experiência traz mais consciência dos riscos, o que faz com que os trabalhadores mais velhos adotem posturas mais conservadoras, o que reduz a frequência de acidentes.

Pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam que, entre os idosos, as quedas e outros acidentes podem ter consequências muito sérias, frequentemente resultando em hospitalizações prolongadas.

O Que as Empresas Podem Fazer?

Para reduzir os riscos de acidentes, as empresas devem adaptar tanto o ambiente quanto os processos de trabalho às necessidades de cada faixa etária. Abaixo estão algumas medidas que podem ser implementadas:

  •  Ambientes mais acessíveis: Para trabalhadores mais velhos, é importante garantir que o ambiente de trabalho seja adequado às suas limitações. Isso inclui:
  •  Sinalizações maiores e mais visíveis, com cores contrastantes, para facilitar a leitura e a identificação de perigos.
  •  Superfícies antiderrapantes ou emborrachadas para reduzir o risco de quedas.
  •  Adequação ergonômica dos postos de trabalho, como a altura das mesas e cadeiras ajustáveis, para evitar lesões musculoesqueléticas.
  • Processos de trabalho ajustados: Revisar as práticas operacionais pode ajudar a prevenir acidentes, independentemente da idade. Por exemplo:
  • Divisão de tarefas: Para os trabalhadores mais jovens, pode ser útil escalonar o trabalho em função da sua experiência, garantindo maior supervisão em atividades de risco.
  • Automação de processos repetitivos: Isso reduz o esforço físico, beneficiando especialmente os mais velhos, que podem ter limitações motoras.
  • Conscientização personalizada: Cada faixa etária tem uma percepção de risco diferente, e isso deve ser abordado com estratégias específicas de conscientização. Por exemplo:
  • Jovens trabalhadores podem precisar de orientações mais intensas sobre a importância do uso correto de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e alertas sobre os perigos ocultos.
  • Trabalhadores mais velhos devem ser orientados sobre a importância de reportar pequenos desconfortos físicos, antes que se transformem em problemas maiores, como lesões por esforço repetitivo.

Conclusão

Embora os jovens tenham uma maior frequência de acidentes de trabalho, os acidentes entre trabalhadores mais velhos tendem a ser mais graves. A conscientização sobre essas diferenças ajuda empresas a desenvolverem políticas de segurança mais eficazes para cada grupo, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro para todos.

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