O papel estratégico do gestor na construção de uma cultura sólida de segurança
Tabela de conteúdo
- O custo da liderança ausente
- A visão tradicional: o gestor como fiscal
- A nova visão: o gestor como educador e estrategista
- Estratégias práticas para gestores que constroem cultura
- 1. Liderar pelo exemplo
- 2. Reforçar a segurança na comunicação diária
- 3. Envolver o time nas decisões
- 4. Reconhecer boas práticas
- 5. Usar dados e indicadores para antecipar riscos
- O impacto do gestor na cultura e nos resultados
- Cultura sólida é cultura diária
- Conclusão
- 📚 Referências
O papel do gestor na cultura de segurança vai muito além de cumprir metas e monitorar indicadores. Ele é o elo entre estratégia, comportamento e resultado.
Em um ambiente cada vez mais dinâmico, a forma como os líderes tratam a segurança define não apenas a taxa de acidentes, mas também o engajamento, a produtividade e até a imagem da empresa.
De acordo com um levantamento da Deloitte (2024), empresas com gestores ativos em segurança têm 47% menos incidentes e 35% mais engajamento dos colaboradores. Portanto, a liderança não é apenas parte da cultura de segurança — ela é o alicerce.
O custo da liderança ausente
Em primeiro lugar, é importante entender que a ausência do gestor na rotina de segurança tem efeitos silenciosos. Quando a liderança não participa, a segurança perde força simbólica e deixa de ser prioridade.
De acordo com dados do Observatório de SST (SmartLab – MPT/OIT), mais de 70% dos acidentes de trabalho decorrem de falhas humanas agravadas por comunicação e supervisão ineficientes.
Além disso, gestores que não dão o exemplo acabam criando uma cultura de “faz de conta”, onde os protocolos são seguidos apenas quando há fiscalização. Assim, o time adota um comportamento reativo, o que eleva riscos e reduz a confiança entre líderes e equipes.
Consequentemente, o custo da ausência do gestor é pago em acidentes, processos e desmotivação.
A visão tradicional: o gestor como fiscal
Durante muito tempo, a gestão de segurança foi conduzida sob uma lógica hierárquica: o gestor observava, cobrava e punia. Essa abordagem, além de ultrapassada, criou medo e resistência.
Sob esse modelo, o foco estava em encontrar erros, não em prevenir falhas. E, quando a liderança é percebida como agente punitivo, o colaborador tende a esconder incidentes — o que, na prática, agrava os riscos.
Portanto, é urgente abandonar o papel de “fiscal” e adotar uma liderança de influência e confiança.
A nova visão: o gestor como educador e estrategista
Por outro lado, as empresas de alta performance adotam uma abordagem moderna: o gestor atua como mentor, facilitador e exemplo.
Segundo pesquisa da Harvard Business Review (2023), times liderados por gestores com práticas de segurança participativas têm 65% menos subnotificações de incidentes. Isso ocorre porque o ambiente é mais aberto, colaborativo e confiante.
Além disso, o gestor estratégico integra a segurança à estratégia corporativa. Ele não fala apenas sobre EPIs — fala sobre propósito, produtividade e qualidade de vida.
Gestores que constroem cultura não apenas evitam acidentes, mas criam times que acreditam na prevenção como valor coletivo.
Estratégias práticas para gestores que constroem cultura
1. Liderar pelo exemplo
Nada comunica mais do que o comportamento. Quando o gestor usa corretamente os EPIs, respeita as pausas e segue as normas, transmite coerência e credibilidade.
2. Reforçar a segurança na comunicação diária
Pequenas conversas sobre segurança, check-ins rápidos e feedbacks positivos ajudam a manter o tema vivo. Além disso, reforçam que a prevenção é uma prioridade constante, não sazonal.
3. Envolver o time nas decisões
Reuniões de análise de risco participativas criam senso de pertencimento. Assim, o colaborador deixa de ser executante e se torna agente da segurança.
4. Reconhecer boas práticas
O reconhecimento é um dos pilares do engajamento. Segundo a Gallup (2024), empresas que valorizam atitudes seguras têm 31% mais produtividade e 22% menos rotatividade.
5. Usar dados e indicadores para antecipar riscos
Com a digitalização da segurança, o gestor precisa dominar métricas. Dashboards, sensores e relatórios ajudam a agir preventivamente e alinhar segurança com performance.
O impacto do gestor na cultura e nos resultados
Um gestor presente e engajado transforma números em comportamento.Empresas com lideranças ativas em SST registram, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV):
- 40% menos afastamentos;
- 30% mais produtividade;
- 25% mais satisfação nas equipes.
Além disso, o envolvimento da liderança reforça a imagem da empresa como empregadora responsável — algo essencial para reter talentos e conquistar confiança no mercado.
Consequentemente, o papel estratégico do gestor é tanto técnico quanto humano.
Cultura sólida é cultura diária
Cultura não nasce de treinamentos isolados, mas de coerência e repetição. Assim, o papel do gestor é transformar segurança em rotina, e não apenas em discurso.
Quando cada decisão — desde uma reunião até uma entrega operacional — passa pelo filtro da segurança, a prevenção se torna natural.
Portanto, o gestor deve atuar como um guardião da cultura, garantindo que cada colaborador compreenda que segurança é valor e não obrigação.
Conclusão
O gestor é o coração da cultura de segurança. Sua postura, suas decisões e seu exemplo definem o quanto essa cultura será forte — ou apenas um texto no manual.
Empresas que investem em líderes preparados e conscientes colhem resultados sólidos: menos acidentes, mais engajamento e produtividade sustentável.
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📚 Referências
- Deloitte. The Global Safety Leadership Report 2024.👉 https://www2.deloitte.com
- Harvard Business Review. How Safety Leaders Build Trusting Teams. (2023)👉 https://hbr.org
- Gallup. Workplace Recognition Report 2024.👉 https://www.gallup.com
- Observatório de SST (SmartLab – MPT/OIT).👉 https://smartlabbr.org/sst
- Fundação Getúlio Vargas (FGV) – Indicadores de produtividade e SST.👉 https://portal.fgv.br