Combate a incêndio: técnicas para diferentes tipos de fogo
Tabela de conteúdo
Investir em medidas proativas de segurança é fundamental para minimizar os riscos de incêndios no ambiente de trabalho.

A capacidade de combater todos os tipos de fogo é uma necessidade para a segurança no ambiente de trabalho, especialmente diante das estatísticas recentes que mostram um aumento na incidência de incêndios. Segundo a NASA, em 2023, a América do Norte experimentou uma temporada de incêndios particularmente severa.
No Canadá, por exemplo, mais de 18,4 milhões de hectares foram consumidos por incêndios florestais, um recorde que destaca a escalada desses eventos. Além de causarem perdas imediatas de vida e propriedade, esses incêndios também tiveram impactos duradouros na qualidade do ar e nos ecossistemas locais.
Da mesma forma que acontecem em florestas e cidades, os incêndios podem irromper dentro de uma empresa, principalmente aquelas que lidam com materiais de risco. Por esse motivo, trouxemos este guia sobre as técnicas de combate a incêndios, com foco na importância de selecionar o método adequado para cada tipo de incêndio. Veja!
Classificação dos tipos de fogo
Os incêndios são classificados em categorias com base no tipo de material combustível envolvido, o que é fundamental para determinar a técnica de combate apropriada. Conhecer as classes de incêndio ajuda a aplicar a resposta mais eficaz:
Classe A
Esses incêndios envolvem materiais sólidos e orgânicos que queimam formando brasas, como madeira, papel, tecido e alguns tipos de plástico. São comuns em ambientes residenciais e comerciais e podem ser extintos com água, que resfria o material queimando e reduz a temperatura até que o fogo seja apagado. Extintores de espuma também são eficazes, pois cobrem o material, bloqueando o acesso ao oxigênio.
Classe B
Inclui líquidos inflamáveis como gasolina, óleo, álcool, e alguns tipos de pinturas e solventes. Devido ao risco de propagação rápida, esses incêndios não devem ser tratados com água, pois pode causar dispersão do líquido inflamável. Espumas, pó químico seco, e CO2 são os agentes extintores recomendados, pois abafam as chamas ou bloqueiam o oxigênio.
Classe C
Esses incêndios ocorrem em equipamentos elétricos energizados, como painéis de controle, computadores e motores elétricos. É crucial desligar a energia elétrica antes de tentar extinguir o fogo. Extintores de CO2 e pó químico seco são preferidos porque não conduzem eletricidade e podem extinguir o fogo sem aumentar o risco de choque elétrico.
Classe D
Envolvem metais combustíveis, como magnésio, titânio, alumínio em pó e zircônio. Esses incêndios são extremamente quentes e podem reagir violentamente quando expostos a agentes extintores comuns. Pós especiais formulados, como cloreto de sódio granulado ou pós à base de grafite, são usados para abafar e absorver o calor do metal em chamas.
Classe K
Focados em gorduras e óleos de cozinha que são comumente usados em cozinhas de restaurantes e cantinas. A água nunca deve ser usada, pois pode causar uma explosão de vapor que espalha o fogo. Extintores de espuma e agentes molhantes são especialmente formulados para criar uma barreira entre o fogo e o óleo, sufocando as chamas e prevenindo a re-ignição.
Técnicas de combate para cada tipo de fogo
Para o controle efetivo de cada uma das classes de incêndios, é essencial fazer a escolha correta do método e do extintor. Confira qual a melhor opção para cada situação:
- Classe A: Idealmente, usa-se água para resfriar o material, reduzindo sua temperatura até que não possa mais queimar. Extintores de espuma também podem ser usados para sufocar o fogo ao isolar o material combustível do oxigênio.
- Classe B: Extintores de CO2, espuma ou pó químico são aplicados para formar uma barreira entre o combustível e o ar, ou para interromper a reação química do fogo. Táticas de abafamento são essenciais para evitar a propagação do fogo.
- Classe C: Antes de tudo, a energia elétrica deve ser cortada. Extintores de CO2 ou pó químico seco são usados para extinguir as chamas sem risco de condução elétrica. A segurança dos operadores é prioritária, evitando o uso de água para não criar caminhos condutivos.
- Classe D: Devido à natureza especializada desses incêndios, extintores de pó específico devem ser aplicados cuidadosamente para cobrir completamente o fogo e sufocar as chamas sem causar uma reação violenta.
- Classe K: Extintores de classe K ou agentes molhantes devem ser usados para interromper a cadeia térmica do fogo. A técnica correta impede que o agente extintor se misture com o óleo quente, criando uma camada que impede a interação com o oxigênio.
Tipos de extintores de incêndio
Como você deve ter imaginado, a existência de diversos tipos de incêndio, cada um com suas particularidades, levou a criação de variados tipos de extintor. São eles:
- Água: eficaz contra incêndios Classe A, que envolve materiais sólidos combustíveis como madeira, papel e tecidos. O extintor de água resfria o material queimado, diminuindo sua temperatura até que o fogo seja apagado.
- Dióxido de carbono (CO2): usado principalmente para incêndios Classe B e Classe C. O CO2 é um gás que não deixa resíduos, ideal para combater incêndios em líquidos inflamáveis ou equipamentos elétricos energizados. Ele funciona deslocando o oxigênio ao redor do fogo, sufocando as chamas e impedindo a re-ignição.
- Pó químico seco: apropriado para incêndios Classes A, B e C. Este extintor lança um pó que atua abafando o fogo, interrompendo a reação química da combustão. O pó químico seco é o mais versátil, capaz de lidar com uma ampla variedade de incêndios, incluindo sólidos combustíveis, líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos.
- Espuma: utilizada em incêndios Classe B. A espuma forma uma barreira sobre a superfície do líquido inflamável, bloqueando o acesso ao oxigênio e impedindo a liberação de vapores inflamáveis.
- Agentes especiais: como areia ou pó específico para incêndios Classe D, que envolvem metais combustíveis como magnésio, sódio ou titânio. Esses materiais reagem violentamente com agentes comuns de extinção como água ou CO2. Portanto, são necessários agentes especializados que possam cobrir o metal, isolar o ar e resfriar o fogo sem provocar reações perigosas.
Considerações finais
Quando se fala de combate a incêndio, investir em equipamentos de proteção individual (EPIs) e realizar treinamentos regulares são medidas essenciais para a prevenção. A conscientização e o treinamento adequado são peças-chave que ajudam a evitar o surgimento de incêndios e também garantem que, quando eles ocorrem, possam ser combatidos de forma segura e eficiente.
Campanhas regulares ajudam a manter a segurança contra incêndios na mente dos empregados, reforçando a importância da prevenção e das boas práticas de segurança. Tais iniciativas garantem que todos no local de trabalho compreendam seus papéis e responsabilidades em relação à segurança contra incêndios.
Na Beta Educação, acreditamos que a conscientização é a melhor forma de prevenção. Por isso, oferecemos um curso completo, 100% online, sobre noções de combate a incêndios.