Salvamento em Alturas: quais são as fases táticas?
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O salvamento em alturas tem muitos riscos, e para que o resgate do colaborador seja realizado com segurança, o supervisor deve estar capacitado e conhecer as fases táticas

Os trabalhos em altura oferecem muitos riscos aos trabalhadores, especialmente por conta da falta de instalação de proteções coletivas de prevenção. falta de utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), e pela falta de treinamento dos colaboradores que fazem este tipo se ofício.
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Para se ter uma ideia, só em 2017, pouco mais de 14% das fatalidades em ambiente laboral ocorreram por causa de quedas de alturas elevadas, de acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social, o INSS.
Como uma medida de evitar que esse tipo de acidente aconteça, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) tem uma Norma Regulamentadora específica sobre condições de Saúde e Segurança do Trabalho para operadores que realizem seus ofícios em uma altura superior a 2 metros, a NR-35.
Dentre as responsabilidades dos empregadores de acordo com o texto da norma, está: garantir a implementação de medidas de proteção, assegurar a realização de uma Análise de Risco (AR) e, quando necessário, de uma Permissão de Trabalho (PT), desenvolver um procedimento operacional para as atividades rotineira, e se assegurar de que todo o trabalho em altura seja realizado sob supervisão.
Já as responsabilidades e direitos dos trabalhadores são colaborar com os empregadores na implementação das disposições contidas na Norma, interromper suas atividades sempre que constatarem evidências de riscos graves e iminentes para a sua segurança e saúde de outras pessoas, e zela pela sua saúde e segurança, bem como a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho.
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Tanto os empregadores quanto os trabalhadores devem ter em mente que, em casos de ocorrências durante o trabalho em altura, o processo de salvamento em alturas deve ter sido planejado previamente para que ocorra com segurança. É sobre isso que vamos tratar neste artigo.
O que fazer em situação de salvamento em alturas?
Certamente nenhum trabalhador gostaria de se ver na situação de ter que ser resgatado, especialmente em trabalhos em altura, os quais têm muitas fatalidades. No entanto, é preciso estar preparado para que, caso isso ocorra, o supervisor de trabalho em altura possa saber como agir para fazer um salvamento em alturas.
Neste nosso artigo, falamos sobre algumas condutas de resgate em altura que merecem a atenção dos operadores e seus supervisores, dentre elas:
- Garantir a sua própria segurança
- Avaliar qual é o risco/benefício
- Não agravar lesões
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Hoje, vamos falar sobre as fases táticas que um salvamento em alturas exige – especialmente para os supervisores deste tipo de trabalho. Estas fases estão presentes no treinamento em NR-35 para supervisores de trabalho em altura, e é o que recomenda a própria norma com relação ao tema. Confira quais são:
a. Fase Prévia
Em um primeiro momento de um salvamento em alturas, é preciso reunir o maior número de informações possíveis por meio de contatos prévios com pessoas que possam trazer informações valiosas sobre o local e o acontecimento, bem como:
- A altura;
- A natureza da ocorrência;
- O número de vítimas e o grau de lesão;
- A idade das vítimas;
- A hora do acidente;
- O lugar exato, ou o mais aproximado possível.
Já o lugar da ocorrência, é preciso ser muito rigoroso com relação aos seguintes pontos: o reconhecimento, a preparação, o salvamento e a desmobilização.
Geralmente, a equipe de resgate corre contra o tempo para salvar a vítima, por isso é importante que se tenha uma boa preparação técnica e seja realizado um bom planejamento para que se reduzam os imprevistos.
b. Reconhecimento
- Momento de análise das informações: é muito importante as informações levantadas anteriormente sejam devidamente confirmadas, pois informações mais confiáveis e sem distorções são mais facilmente levantadas in loco. Portanto, é preciso confirmar o número de vítimas, a localização, a gravidade, o nível de consciência de cada uma delas, entre outros;
- Existe a necessidade de reforços? Confirmadas a informações anteriores e tendo uma ideia do espaço de trabalho, é preciso avaliar a necessidade de reforço e comunicar essa necessidade imediatamente para que a ajuda seja enviada o quanto antes;
- Faça um levantamento de riscos. O serviço de salvamento em alturas traz consigo uma série de riscos inerentes, como acidentes com eletricidade, com fogo, com produtos tóxicos, explosivos, pontos de ancoragem, arestas vivas, superfícies abrasivas, dentre outros;
- Tenha um plano de ação. Depois de confirmar todas as informações a respeito do sinistro, é preciso se ater às decisões a serem tomadas sobre o desenvolvimento da atuação da equipe. Existem diferenças técnicas e níveis de exigência diferenciados entre um salvamento de vítimas e a busca de um cadáver, por exemplo.
c. Preparação
Depois de montar um primeiro acesso à equipe de salvamento em alturas e prestar os primeiros socorros, é preciso se certificar de que existem materiais necessários para a proteção da equipe de salvamento, como equipamentos de proteção respiratória, capas de aproximação, protetores auriculares, além de equipamentos de uso coletivo, como iluminação, escoras, material de sapa, dentre outros.
É importante que o Plano de Ação, além de bem estruturado, seja flexível para comportar situações inesperadas que exijam modificações do plano original. Por exemplo, no caso de um edifício colapsado com bombeiros atuando num salvamento em alturas, um novo desabamento pode fazer com que se tenha que resgatar os próprios resgatadores.
Outro ponto importante é que é necessário preparar os recursos humanos, especialmente em situações em que é necessário ter um reforço com pessoas de diferentes níveis de formação e de especialização. A adequação do local para eventualidades da ocorrência também é fundamental, como nos casos em que são necessários rádios para comunicação, iluminação para a noite, proteção contra desabamentos, entre outros.
d. Salvamento
O primeiro passo para que haja um processo de salvamento em alturas bem-sucedido é mentalizar claramente a montagem do sistema e seus respectivos acidentes, antecipando-se a eles. A seguir, monte os pontos de ancoragem, os sistemas de descida, transposição ou içamento de vítimas, e certifique-se de dar acesso para quando a vítima se encontrar fora de perigo.
Uma vez que se tenha acesso à vítima, é preciso avaliar a sua situação e verificar a necessidade de uma equipe de pronto atendimento, ou se a operação se resume em retirá-la do local de perigo. É importante também oferecer apoio psicológico, disponibilizar equipamentos de evacuação de vítimas (triângulo, peitoral, macas), e comunicar os bombeiros de cima, de baixo, e os que acompanham a vítima.
e. Desmobilização
Neste momento, é realizado um levantamento quanto aos bombeiros empenhados na ocorrência, o equipamento utilizado e uma reunião com todos os participantes para que se possam levantar acertos e falhas da atuação da sua equipe.
Esta análise do salvamento em alturas é de suma importância para aumentar a segurança, coordenar melhor e ter mais eficácia nos salvamentos de futuras ocorrências.
Como você pôde notar neste artigo, o processo de salvamento em alturas é delicado, e tem várias etapas para que possa ocorrer com segurança. Este e outros tópicos são abordados nos treinamentos em NR-35, voltado para supervisores de trabalho em altura.
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A Beta Educação acredita que o número de acidentes relacionados ao salvamento em alturas pode diminuir se as pessoas se conscientizarem de que é necessário estar atento às normas de Segurança e se capacitarem para tal.