27 de Julho: Por que ainda precisamos falar sobre a Prevenção de Acidentes de Trabalho?
Tabela de conteúdo
- História e importância da data
- Cenário atual: avanços, desafios e urgências
- Panorama dos acidentes de trabalho no Brasil
- O que está sendo feito para melhorar?
- 1. Campanhas nacionais intensificadas
- 2. Programa Trabalho Seguro / TST
- 3. Atualização das Normas Regulamentadoras
- 4. Fortalecimento da fiscalização e políticas públicas
- 5. SIPAT e CIPA: mobilização interna contínua
- 6. Tecnologia e inovação aplicada
- Conclusão
- Referências
O Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, celebrado em 27 de julho, vai muito além de uma simples data no calendário. Ele representa uma luta histórica por dignidade, segurança e respeito à vida de milhões de trabalhadores brasileiros.
História e importância da data
A origem desse dia remonta a 1972, quando foram publicadas as Portarias nº 3.236 e nº 3.237. Esses marcos legais estabeleceram, respectivamente, o Plano Nacional de Valorização do Trabalhador e a obrigatoriedade dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Diante desse cenário, as medidas foram motivadas por pressão internacional, especialmente da OIT e do Banco Mundial, em razão dos altos índices de acidentes que mutilavam e tiravam vidas diariamente nas empresas brasileiras.
Desde então, a data simboliza não só um marco histórico, mas também o ponto de partida para uma transformação urgente e necessária na segurança e saúde ocupacional no Brasil.

Cenário atual: avanços, desafios e urgências
Apesar dos avanços registrados nas últimas décadas, os números de acidentes de trabalho no Brasil ainda preocupam e reforçam a urgência de medidas efetivas.. Em 2022, o Brasil registrou cerca de 613 mil acidentes de trabalho, resultando em aproximadamente 2.538 óbitos, segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho . Já em 2023, houve 724.228 acidentes, sendo 74,3 % típicos e 24,6 % de trajeto; apenas 1 % referia-se a doenças ocupacionais – um indício preocupante de subnotificação
Vale destacar que 8,8 milhões de acidentes e 32 mil mortes ocorreram entre 2012 e 2024 Esses dados reforçam que os riscos permanecem elevados e persistentes.
Além dos acidentes “visíveis”, as doenças ocupacionais têm número expressivo:
- As LER/DORT somaram 67.599 casos entre 2007 e 2016, com aumento de 184 % nesse intervalo.
- Os afastamentos por transtornos mentais** dispararam 68 % em um ano, passando de cerca de 280 mil para mais de 472 mil casos em 2024.
Segundo a Lei nº 8.213/91, acidentes e doenças ocupacionais têm o mesmo peso legal: ambos são considerados acidentes de trabalho. Por isso, é urgente fortalecer a cultura de segurança. E não apenas para seguir a norma, mas também para preservar vidas, evitar afastamentos e proteger a saúde física e mental de quem trabalha.
Panorama dos acidentes de trabalho no Brasil
Dados globais mostram que, a cada 15 segundos, um trabalhador perde a vida em decorrência de acidentes relacionados ao trabalho. No Brasil, a situação também preocupa: a cada 50 segundos, um novo acidente é oficialmente registrado, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.
Entre 2012 e 2022, o Brasil registrou mais de 7 milhões de acidentes de trabalho, segundo dados do Observatório Digital de SST. Nesse mesmo período, quase 30 mil trabalhadores perderam a vida. Esses números mostram, com clareza, a gravidade do problema e a necessidade de ações imediatas. Dentro desse mesmo período, quase 30 mil ocorrências resultaram em mortes — números que evidenciam a gravidade do problema e a urgência por soluções efetivas.
Esse cenário reforça a importância de ações preventivas sólidas e contínuas. Garantir ambientes laborais seguros não apenas preserva a saúde e a vida dos profissionais, como também fortalece o cumprimento das normas legais, melhora a reputação das empresas, aumenta a produtividade e contribui para um mercado de trabalho mais sustentável. No fim das contas, todos saem ganhando: trabalhador, empregador e sociedade.
O que está sendo feito para melhorar?
1. Campanhas nacionais intensificadas
- O CANPAT 2025 (Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho), lançada em abril pelo MTE, tem como foco reforçar a CIPA e o SESMT, fundamentais para uma cultura de prevenção ativa em empresas públicas e privadas
- A campanha enfatiza conscientização sobre normas, debate sobre segurança e a necessidade de prazo longos para capacitação Agência Gov.
2. Programa Trabalho Seguro / TST
- Iniciativa contínua do TST e dos TRT regionais, criada em 2012 e reforçada por resolução de 2022. Ela promove ações de reflexão, diálogos e troca de experiências entre magistrados, empresas e profissionais.
- Exemplo: o TRT‑SC realizou 118 ações em 2024, alcançando quase 40 mil pessoas.
3. Atualização das Normas Regulamentadoras
- A NR‑1, base de todas as NRs, passou por revisão em 2024 (Portaria nº 1.419), incluindo a gestão de riscos psicossociais (assédio, estresse, burnout) no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
- A modernização das normas prevê participação ativa dos trabalhadores, exigência de canais de denúncia e cuidados com terceirizados.
4. Fortalecimento da fiscalização e políticas públicas
- A Política Nacional de Saúde do Trabalhador reforçou a vigilância em saúde ocupacional via SUS, com monitoramento de riscos e reabilitação em parceria com CERESTs e sindicatos.
- O uso de sistemas como o eSocial amplia o monitoramento digital das condições de SST nas empresas.
5. SIPAT e CIPA: mobilização interna contínua
- A obrigatoriedade da Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT), promovida pela CIPA e SESMT, garante atividades práticas de conscientização anual dentro das empresas.
6. Tecnologia e inovação aplicada
- Tendências como IoT, inteligência artificial e dispositivos vestíveis para prevenção de quedas estão sendo estudadas para uso industrial arxiv.org.
- Softwares de gestão de SST e monitoramento de riscos (PGR) estão crescendo, facilitando a aderência às NRs gogood.com.br+2Sistema ESO+2Contato Seguro+2.
Conclusão
O Brasil está avançando — com campanhas reforçadas, atualizações normativas, fiscalização integrada e uso de tecnologia.No entanto, para que essas medidas tragam resultados concretos, é fundamental que haja comprometimento das empresas, além disso, é preciso adotar as NRs com responsabilidade e, por fim, promover uma cultura preventiva que se reflita nas rotinas diárias.
- Comprometimento das empresas em treinar e proteger seus colaboradores;
- Adoção responsável das NRs;
- Cultura preventiva que traduza boas práticas em rotinas diárias.
Referências
- Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho (MTE)
https://sit.trabalho.gov.br/portal/index.php/observatorio-digital-de-sst - Revista Proteção – Tecnologia aplicada à SST
https://www.protecao.com.br/ - Canal da Ética – O que mudou na NR-1 para 2025?
https://canaldaetica.com.br/blog/o-que-mudou-na-nr-1-para-2025-veja-como-adaptar-sua-empresa/ - Gov.br – Abril Verde e Campanha CANPAT
https://www.gov.br/fundacentro/pt-br/comunicacao/noticias/noticias/2025/abril/abril-verde-alerta-para-a-saude-e-seguranca-no-trabalho - TST – Programa Trabalho Seguro (nacional)
https://revistapts.tst.jus.br/ - TRT-12 – Programa Trabalho Seguro alcança quase 40 mil pessoas em 2024
https://portal.trt12.jus.br/noticias/programa-trabalho-seguro-do-trt-sc-alcanca-quase-40-mil-pessoas-em-2024?utm_source=chatgpt.com - eSocial – Módulo Web para eventos de SST
https://www.gov.br/esocial/pt-br/noticias/lancado-o-modulo-web-para-eventos-de-seguranca-e-saude-no-trabalho
É aí que a EDUSEG entra: com cursos atualizados, suporte 24/7 e certificação, ajudamos sua empresa a transformar normas em segurança real. Porque, no final, o objetivo é simples: todos voltarem para casa vivos e saudáveis.
