Desleixo ou desinformação? Por que o EPI ainda é ignorado

Tiago Maciel

Publicado em 30/05/2025

Tempo de leitura de 5 minutos

Introdução

Apesar dos avanços nas normas de segurança do trabalho, o uso de EPI na construção civil ainda é negligenciado em muitos canteiros de obras no Brasil.

Essa negligência resulta em altos índices de acidentes de trabalho, muitos dos quais poderiam ser evitados com o uso adequado de EPI na construção civil.

Além disso, essa falha reflete uma cultura organizacional que ainda não valoriza a segurança como deveria.

O cenário atual dos acidentes de trabalho

De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, o Brasil figura entre os países com maiores índices de acidentes ocupacionais no mundo.

Além disso, a construção civil é o setor que mais expõe trabalhadores a riscos iminentes, como quedas de altura, soterramentos e choques elétricos.

Como consequência, a negligência no uso de EPI na construção civil continua sendo uma das principais causas de lesões e mortes no ambiente laboral.

Principais causas dos acidentes na construção civil

Entre as principais causas estão:

• Quedas de altura: representam cerca de 30% das mortes no setor. Muitas vezes, os trabalhadores não utilizam cinto de segurança ou linhas de vida, ou usam de forma inadequada.
• Soterramentos: ocorrem, principalmente, pela ausência de escoramentos corretos em valas e fundações, violando a NR-18, que trata das condições de segurança na indústria da construção.
• Choques elétricos: comuns devido à falta de isolamento em fios, ausência de equipamentos isolantes e falta de capacitação.

Além disso, muitos acidentes ocorrem por pressão por produtividade, que leva trabalhadores a negligenciar o uso de EPIs, enxergando-os como “incômodos” ou “empecilhos” para o andamento da obra.

O papel dos EPIs na prevenção de acidentes

Equipamentos de Proteção Individual são projetados para mitigar riscos específicos. Exemplos incluem:

O uso de EPI na construção civil é essencial para proteger os trabalhadores contra riscos ocupacionais. Equipamentos como capacetes, luvas, botas e cintos de segurança são fundamentais para garantir a integridade física dos profissionais.

Por isso, as empresas devem não apenas fornecer esses equipamentos, mas também treinar e fiscalizar o uso correto diariamente.

Assim, o uso de EPI na construção civil se transforma em uma barreira fundamental contra acidentes fatais.

Desleixo ou desinformação?

Em muitos casos, os trabalhadores não utilizam EPIs por desleixo ou desinformação. Alguns, mesmo cientes dos riscos, preferem não usar o equipamento, acreditando que “sempre fizeram assim e nunca se machucaram”.

Por outro lado, a ausência de treinamentos regulares demonstra que as empresas falham em educar seus profissionais sobre os perigos reais da atividade.

Como resultado, essa combinação cria um ambiente propício para acidentes graves.

1. Desleixo

Alguns trabalhadores, mesmo conscientes dos riscos, escolhem não utilizar o EPI por acreditarem que o acidente “não vai acontecer com eles”. Isso é reforçado por frases comuns em canteiros de obras, como:

“Sempre fiz assim e nunca me machuquei”.

Esse comportamento revela uma subestimação dos riscos e uma falsa sensação de segurança.

2. Desinformação

EEm muitos casos, a resistência ao uso de EPI na construção civil tem duas origens principais:

1. Desleixo: quando o trabalhador ignora o equipamento, acreditando que “nunca aconteceu com ele”.
2. Desinformação: quando a empresa falha em treinar adequadamente sobre a importância do EPI.

Além disso, a ausência de campanhas educativas e a fiscalização precária reforçam essa negligência.

A importância do uso de EPI na construção civil e da cultura de segurança

Promover a cultura de segurança é essencial para consolidar o uso de EPI na construção civil. Isso envolve:

• Educação: realização de treinamentos periódicos e DDS (Diálogo Diário de Segurança).
• Fiscalização: garantir que todos utilizem EPI corretamente, sem exceções.
• Incentivo: premiar e valorizar boas práticas de segurança.

Por isso, empresas que promovem essa cultura reduzem acidentes e criam um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.

A importância da cultura de segurança

Investir na construção de uma cultura de segurança é fundamental para reduzir os acidentes. Isso passa por:

• Educação: campanhas internas, DDS (Diálogos Diários de Segurança) e cursos sobre o uso correto de EPIs.
• Fiscalização: criação de políticas claras, com sanções em caso de descumprimento.
• Incentivo: reconhecimento e premiação de boas práticas.

Empresas que priorizam a segurança colhem benefícios como:

• Redução no número de acidentes.
• Maior motivação e engajamento dos colaboradores.
• Melhor imagem no mercado.

Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), cada R$1 investido em prevenção resulta em R$4 a R$6 de retorno, com redução de custos operacionais e judiciais.

Como a EDUSEG pode ajudar?

A EDUSEG oferece:

• Treinamentos online sobre uso correto de EPIs, de forma prática e acessível.
• Cursos de SST alinhados às Normas Regulamentadoras (NRs), com certificados válidos.
• Apoio para empresas implementarem programas de conscientização e cultura de segurança.

Além disso, disponibilizamos um painel exclusivo para que o RH acompanhe o desempenho dos colaboradores em tempo real.

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Conclusão

Ignorar o uso de EPI na construção civil significa colocar vidas em risco e expor empresas a grandes prejuízos.

Por isso, a superação desse problema depende de ações concretas, como treinamento contínuo, fiscalização rigorosa e promoção de uma verdadeira cultura de segurança.

EDUSEG — Educação que garante sua segurança.

Referências

1. Ministério do Trabalho e Emprego. “No Brasil foram registrados 2.888 acidentes fatais em 2023.” Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/noticias-e-conteudo/2024/Julho/no-brasil-foram-registrados-2-888-acidentes-fatais-em-2003-segundo-dados-esocial
2. CBIC. “Estudo revela dados sobre acidentes de trabalho na construção no Brasil.” Disponível em: https://cbic.org.br/estudo-revela-dados-sobre-acidentes-de-trabalho-na-construcao-no-brasil/
3. Revista CIPA. “Uso inadequado de EPIs pode aumentar em pelo menos 30% o risco de acidentes graves em locais de trabalho.” Disponível em: https://revistacipa.com.br/uso-inadequado-de-epis-pode-aumentar-em-pelo-menos-30-o-risco-de-acidentes-graves-em-locais-de-trabalho/
4. CUT. “Quase 2,9 mil trabalhadores perderam a vida em acidentes de trabalho em 2023.” Disponível em: https://www.cut.org.br/noticias/quase-2-9-mil-trabalhadores-perderam-a-vida-em-acidentes-de-trabalho-em-2023-0897
5. DuPont Brasil. “PERIGO IMINENTE! Saiba o que a falta de EPIs pode causar na construção civil.” Disponível em: https://www.dupont.com.br/personal-protection/falando-de-protecao/perigo-iminente-saiba-o-que-a-falta-de-epis-pode-causar-na-construcao-civil.html
6. Migalhas. “Acidentes de trabalho na construção civil.” Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/399872/acidentes-de-trabalho-na-construcao-civil
7. Wikipedia. “Segurança do canteiro de obras.” Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Seguran%C3%A7a_do_canteiro_de_obras